sexta-feira, 24 de abril de 2015

Novas mídias, redes sociais virtuais e educação social

O ser humano é um ser social em sua natureza, o que implica dizer que não consegue sobreviver sem viver em sociedade. Isto não equivale afirmar que esta é uma tarefa fácil, automática ou simples para o homem. Ao contrário, ele precisa constantemente aprender e construir estratégias para facilitar este processo, dado que que não é possível imaginar a sobrevivência sem o pertencimento a um grupo. Até mesmo na organização das sociedades capitalistas pós-modernas, como a realidade brasileira atual, em que a competitividade e o individualismo são estimulados, com relações cada vez mais virtuais, os seres humanos formam grupos de convivência, ainda que em moldes diferentes de outros períodos históricos.
Entre tantas formas de conviver em grupos, comunicar ideias e encontrar pares, debater assuntos, expressar e construir estratégias de sobrevivência vividas no cotidiano podemos destacar o papel das novas mídias e redes sociais virtuais. O avanço no acesso a informações armazenadas e acessadas através da internet, com pluralidade indescritível, provocou a aproximação dos diversos grupos sociais, ainda que concomitante ao isolamento real de diversos indivíduos. A velocidade da circulação de notícias, acontecimentos, opiniões, entre outros, tanto ampliou as possibilidades de acessar um número gigantesco de fontes como também criou a ilusão de que a realidade está toda ali para ser acessada. Assim, neste universo imenso de informações, é preciso criticidade para com tudo aquilo que se tem contato através destes meios.
É necessário, portanto, aprender a diferenciar fontes, a questionar os interesses presentes nas entrelinhas daquilo que é apresentado, a escolher os conteúdos a serem acessados e confiados. Desafio que é também atribuído a educação.
Etimologicamente, a palavra educação vem do latim ex ducere, que significa “tirar para fora”, conduzir. Assim, pode-se entender que educar é um ato de desenvolver as potencialidades individuais.
De acordo com Freire (1978), o educador e educando educam-se mutuamente tendo como mediador o mundo, a realidade, palpável ou não, mas vivida. Não apenas termos abstratos, mas abstrações que partam do cotidiano e o transcendam. Defende que não se pode pensar em educação sem antes considerar o contexto social e as relações a que estão submetidos os sujeitos, pois o desvelamento do universo através do conhecimento toma como base as próprias percepções sobre este universo.

[...] nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito no processo. Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que o objeto é apreendido na sua razão de ser e, portanto, aprendido pelos educandos. (FREIRE, 1996, p.29)

Diante desta concepção, não é possível pensar e fazer educação sem que as novas tecnologias, novas mídias e redes sociais virtuais estejam presentes. Elas são presentes na realidade vivida e podem contribuir no processo educativo. Aqui podemos destacar o uso destas nos diversos ambientes de educação social.
Caro (2009) ressalta que a educação social no Brasil busca sua sistematização e teorização, apesar de há muito ser praticada na sociedade brasileira, em especial destinada a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Para a autora, a principal diferenciação da educação social está no privilégio das relações ocorridas dentro do campo de educação não formal, uma vez que permitem maior flexibilidade nas estruturas relacionais, tanto entre educador-educando, como entre os próprios educandos, o que acarreta maiores possibilidades de ações que sejam significativas para a realidade individual e comunitária.
Diferente do que acontece dentro dos ambientes de educação formal, como escolas e universidades, que possuem estruturas de difícil mobilidade e abertura para novas metodologias e aplicação das novas tecnologias nos processos educativos, a educação social, dado sua abrangência, dinamismo, flexibilidade, interação com a realidade, preocupação com as relações sociais, constitui-se importante ambiente promotor de aprendizagem democrática, critica e dialógica, sendo essencial integrar tanto o uso como a reflexão sobre as novas tecnologias, novas mídias e redes sociais virtuais.

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Referências

CARO, Sueli Pessagno. Educação social: uma questão de relações. In: NETO, João Clemente de Souza; SILVA, Roberto da; MOURA, Rogério (orgs.). Pedagogia Social.  São Paulo: Expressão e Arte, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, 6ª edição: Paz e Terra, 1996.


_________. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, 5ª edição: Paz e Terra, 1978.

sábado, 11 de abril de 2015

Como se desenvolve a prática da Pedagogia Social?


As práticas da Pedagogia Social se desenvolvem de maneira bastante plural em diferentes espaços, institucionalizados ou não, como, por exemplo, instituições governamentais e não governamentais, movimentos sociais, culturais, envolvendo atividades culturais, lúdicas, reflexivas, de alfabetização, de mobilização, de animação sociocultural, entre outros. Essas atividades têm em comum sua intencionalidade de promover espaços relacionais, democráticos e de construção do conhecimento, da individualidade, bem como contribuir para novas formas de relações sociais.



sábado, 7 de fevereiro de 2015

Iniciando o semestre de pedagogia social, buscando ampliar conhecimentos para a construção de projetos ampliados de educação nos diversos ambientes de atuação.